sábado, 23 de março de 2013

ANALOGIA


ANALOGIA DO  SEU  D ´ “EU” S  CIBERNÉTICO 

Fotografia por - Joarez Costa Fotos ©
As pessoas sempre se reservam no polemico assunto a que se trata a religião, crença e fé, mesmo sendo os três, porém sem muita participação física, maquiado e deixando mais para o lado espiritual, ou na linguagem mais atual deteriorada pelo analfabetismo social que nossos jovens praticam dia a dia dominados pelo prazer da tentativa de ser Deus navegando sem limites e nem fronteiras no espaço virtualizado de seus cérebros cibernéticos transladados em maquininhas cada vez mais inteligentes, “até mesmo que seus próprios usuários”, pois venho notando a imparcialidade e difusão do verdadeiro intuito dessa nova rede social web-biogênica profanada e ungida por raptores invisíveis que captam, senão tudo, uma grande parte dos teus movimentos e desejos, todos os dias anonimamente.
O poder midiático que cada ser virtual alcança na veiculação de sua intimidade própria e dos seus, é incontrolável e tomam proporções bombásticas, aspergindo assuntos, frases, opiniões, vídeos e fotos como uma enxurrada que despenca de voluptuosas nuvens de egocentricidade pessoal da qual em segundos como uma avalanche arrasta conceitos, prioridades, fidelidade e razão, de uma forma estúpida e impensada na busca apenas de uma eufórica necessidade insana de ser e estar, num frenesi altista e solitário sem precedentes de se expor em busca de popularidade e fama imediata se perdendo do verdadeiro sentido desse ser.
 Ser e estar, cada dia com um perfil novo, caras e bocas, opinião e expressão, frases e dicas, salvando o mundo, doando, vendendo e recebendo, expondo intimidades, abrindo portas defensoras do aconchego familiar até então em celibato dos profanos olhares anônimos, e, preocupar-se por quê? Se teu mestre provedor e menestrel anfitrião dizem em um exageradamente longo, cansativo e longilíneo termo de adesão oculto e de difícil entendimento que esta seguro em tuas informações “desde que você concorde plenamente com algo que praticamente você não leu e muito menos entendeu”, realmente não há com o que se preocupar ou prevenir, caso se canse do perfil ou encontre dificuldades em se promover por motivos sempre ignorados pelo ( ajuda on line ) ou o famoso S.A.C. e até mesmo seja ignorado ao apelo desesperado a um endereço eletrônico “e-mail” divulgado por seu anfitrião, nada de pânico, simplesmente você exclui essa sua vida maldita suprimindo definitivamente, e munido de novo potencial especulativo egocêntrico, cadastra-se novamente renascendo como uma fênix seu novo e agora perfeito ( enquanto dure ) perfil.
Opinião gera polemica, e esta após julgada, gera condenação... Comportamento gera irritabilidade alheia, e esta após julgada, gera preconceito... Adorno e deficiência geram confronto, e estes após julgado, gera indiferença seguida de ataque verbal e físico... Exuberância, intelecto desenvolvido e sabedoria notória, geram inveja, ciúmes e em poucos casos admiração, e tudo isso após julgamento, gera incompreensão... Então o que dizer dessa procura desenfreada e habilidade depreciativa do ser humano em rebelar e promover o oposicionismo generalizado para todo e qualquer assunto, mesmo aqueles em que particularmente na intimidade concorda ( in Box ), crucifica-o no afã das massas apenas pelo fato de ser aceito e popularizado, até que mude conforme muda a própria opinião das massas dependendo de como a mídia reage a cada episodio do fato.
Vivemos um mundo novo, literalmente falando, onde velhos não devem opinar e muito menos contradizer a geração emergente, culpa nossa ou não, é uma geração apressada, inteligente, mas incapaz de se confraternizar consigo mesmo, uma geração ligada nos conceitos de preservação ambiental, porém incapaz de se prevenir, simplesmente joga-se nas relações assim como sai delas, em dimensões meteóricas, exigem tudo, nada se pede educadamente mais... Creio que os lendários valores a que aprendemos ( nós os velhos ), caíram em desuso e hoje tudo é permitido na vida real, só se tem regras “a serem seguidas à duras penas” na vida virtual a exemplo dos GAMES, onde praticamente as regras são seguidas como uma religião, todos seguem e compartilham, pois senão, como passaremos aquela maldita fase de extrema dificuldade? Hã... Eu escrevi isso, ou é isso mesmo? É... Não tem como negar, é justamente igualzinho a vida real, sem tirar nem por, apenas não machuca fisicamente, mas garanto que faz um estrago sem precedentes no psicológico destes jovens, exímios e sagazes GAMERS.
De qualquer forma toda essa comparação de mundo novo, religião, realidade e virtualização fazem parte do que chamo de “ignoriedade” pacifica em longo prazo, determinando o quão obsoletas são as leis na iminência do julgamento incapaz de punir e ordenar, pois não só servem para a defesa quanto para a acusação, podem até estarem certas e balanceadas para um julgamento correto, sendo que foi escrita por notórios conhecedores das obrigações e deveres do sistema ao proletariado e vice versa, não deixando argumento algum a discussão perante a mão forte do juízo que a executa, este também legitimo e acima de qualquer suspeita.
Ser cegamente coerente ou conivente ao que se veicula nas mídias televisiva, escrita, virtual ou qualquer outra das tantas hoje disponíveis seria um ato traqueotômico emergencial para que não nos tornemos os executores de nossas próprias vidas, ceifando a inteligência nativa de cada um e banalizando o teor analógico em uma prosopopeia nefasta de humanoides sem razão ou decência de prover seus próprios princípios vitais promovendo dessa forma uma discrepância homogenia e destrutiva do que se trata a nossa frágil e insignificante existência.
Não se trata de um depoimento ou desabafo de âmbito particular, e sim para que sirva como alerta para todos a parar por alguns minutos ou horas se necessário for e analisar fria e calculadamente nossa existência e de nossos progenitores, e assim equilibrar os anseios e desejos juntamente às nossas crenças e balancear tudo isso com a enigmática proveniência do ato inicial da nossa própria estadia nesse universo tão imenso e assim mesmo frágil à nossa interferência, e certificarmos de que nada somos perto da magnitude de tudo isso, apenas coadjuvantes sem importância decisiva, mas que somados aos demais aqui e no além do que imaginamos fazemos uma força, um campo energético influenciado e fluente, expansivo e pulsante, seja ele nomeado ou assinalado de algo ou de tudo, uma força que domina sem escravizar, dando e tirando a vida sem o compromisso de se dar satisfação, simplesmente pelo fato da renovação e eternidade, ou até quando dure aquela que te pertence.   
Não se perca, mas também “não se ache”, você é tudo isso e não é nada, nem mais, nem menos, seja apenas... Pleno.

Por Escrínio de Mente  "03/2013"